sexta-feira, 12 de abril de 2024

Mar súbito

Existem mares que nos alcançam, mesmo no planalto da selva de pedra

Eu mesmo fui acometido por um nesses tempos 

Mar que vem, mar que volta...

Mar das nossas andanças 


Me consagra com sua simples existência 

Me constrange com sua inocência 

Me fascina de pronto

Me desafia um tanto


Sinto a bela brisa deste mar, sem deixar virar maré 

Controlo o que posso, meus atos

Nada mais posso fazer


É arrebatador, traz vida

O mar não pede passagem

Simplesmente é.

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Eai mano

 Eai mano


Você tá se matando

E acha bonito

Achando que nem machuca

Mas machuca

Machuca sua mãe

Sua família

Seus irmãos e amigos 


Então sai dessa,

Que vc já entendeu

Que essa vida é pra ser vivida

Desfrutada e construída

Com sabedoria


Sem mais

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Contemplação

Acendo um Nag Champa
Coloco Marconi Union pra tocar
Preparo um bom chá
Pão na chapa pra completar
Fico a mirar
Contemplar
Mais um dia se foi
Um bom dia de trabalho
O espetáculo para se ver
O entardecer.

domingo, 4 de outubro de 2015

terça-feira, 9 de junho de 2015

de súbito pensei 
que do mais já cansei
vacilei, errei
não há tempo a perder
tudo que temos é o agora
noite e dia a semear
a sorrir e cantar
como nos sonhos mais loucos
que nem o dragão de Zaratruska ousou imaginar
vamos la
caminhar
sonhar
planejar
realizar
e celebrar
a vida à compartilhar
esse mundo de alegrias
e aprendizado que é agroflorestar.

segunda-feira, 23 de março de 2015

É engraçado como o segredo da vida está nas relações humanas, pelo menos para nós humanos é claro! Está ai uma matéria que deveria ser dada em todas as escolas fundamentais, pois sem saber se relacionar com o outro, nunca conseguiremos extrapolar nossos limites. O eu nunca será completo sem o nós. O eco nunca será difuso enquanto houver a batalha pelo ego. E o mais importante, enquanto a consciência e amor não forem coletivos, estaremos estagnados sem compreender que o vislumbre do outro sou eu também. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sem paixões por hora, só café e cigarros por favor!




   Pego no meu coração, quebrado e abatido e meto a ralhar-lhe em pedra escura ao sol do meio dia. O que se deu dessa vez? Por que não dou sossego para esse trem de querer?

   De imediato percebo um erro capital, coisa simples, mas que a maioria dos homens brancos do ocidente não se atrevem a pensar. Fato é que não deveríamos cair na simples birra e tentação infantil de querer todas as coisas a qualquer custo na hora que bem entendemos, como uma criança quando vê um brinquedo ou entra em um super-mercado. Esse tem sido meu erro, que persiste teimoso, pois apesar dessa analise consciente, meto-me a pensar nos cabelos dela.

   Retomando o coração em estado terminal, fico pensando no histórico do mesmo, que outrora era jovem, sadio e promissor; e agora encontra-se capenga descrente e  ferido. Sempre foi do meu feitio abrir o peito, e mostrar àqueles de fácil riso e aparente empatia o conteúdo bobo e de amor simplório que forma a personalidade dos meus átrios e seus constituintes. A reação das pessoas, em sua maioria, é a de reprimir ato tão liberal, e demasiadamente arriscado entre seres tão perigosos como os humanos. Eu nem ligava, sempre tive força rejuvenescedora quando alguém se aproveitava e cutucava com faca meu exposto coração. Sabia também que a maioria dessas pessoas nem fazia por mal, sei lá, as pessoas não são simplesmente más, a verdade é que elas também estavam feridas, ou só não sabiam lidar com esse tipo de sentimento. E a conexão instantânea  e mágica com almas amigas sempre fizeram tudo isso valer a pena o tempo todo.

   Apesar da primavera a tempos de chegar, nem tudo são flores. O coração foi levando cada porrada, e a capacidade de regeneração foi diminuindo. E eu, apressado como sou, muitas vezes expus meu órgão bombeador sem as feridas terem cicatrizado, e recentemente ele estava aberto e ainda sangrando. Eu sei que isso não forma uma imagem particularmente bonita, mas é a ilustração que materializa esse texto. Dai que tomei a decisão mais fácil, que aparentemente qualquer um já teria tomado a muito tempo, e achei razoável fincar o pé em não me apaixonar mais por um tempinho, e deixar o coração aberto apenas para aqueles que já sabiam entrar sem bater. Batata!! Tomada a decisão de não me apaixonar, levaram apenas trinta minutos do tempo/espaço para eu encontrá-la e falhar. Papo doce, jeito honesto e vontades passadas; esqueci da minha decisão, e para os psicólogos de plantão que acham que o subconsciente está associado a alguma região do cérebro, saibam que foi meu coração que decidiu por mim no piloto automático que eu estava novamente afim de alguém.

   Foi legal, mas a natureza desse texto já revela que as coisas não andaram como planejado (e quando andam não é mesmo?!). Nós simplesmente não afinamos, a sintonia dos beijos não perdurou. Mas sei la também, as vezes eu to pensando que A mais B é igual a C, e para ela A pode ou não depender de B para resultar um C, que alias pode ser influenciado pela lua e outros ciclos ocultos. Não sei como tudo vai desenrolar, mas agora estou em fase de reabilitação dessa droga poética que é a paixão. Aprendi a lição, e dessa vez não vou prometer nada. Só deixar o tempo agir. E ser o melhor de mim.