sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sem paixões por hora, só café e cigarros por favor!




   Pego no meu coração, quebrado e abatido e meto a ralhar-lhe em pedra escura ao sol do meio dia. O que se deu dessa vez? Por que não dou sossego para esse trem de querer?

   De imediato percebo um erro capital, coisa simples, mas que a maioria dos homens brancos do ocidente não se atrevem a pensar. Fato é que não deveríamos cair na simples birra e tentação infantil de querer todas as coisas a qualquer custo na hora que bem entendemos, como uma criança quando vê um brinquedo ou entra em um super-mercado. Esse tem sido meu erro, que persiste teimoso, pois apesar dessa analise consciente, meto-me a pensar nos cabelos dela.

   Retomando o coração em estado terminal, fico pensando no histórico do mesmo, que outrora era jovem, sadio e promissor; e agora encontra-se capenga descrente e  ferido. Sempre foi do meu feitio abrir o peito, e mostrar àqueles de fácil riso e aparente empatia o conteúdo bobo e de amor simplório que forma a personalidade dos meus átrios e seus constituintes. A reação das pessoas, em sua maioria, é a de reprimir ato tão liberal, e demasiadamente arriscado entre seres tão perigosos como os humanos. Eu nem ligava, sempre tive força rejuvenescedora quando alguém se aproveitava e cutucava com faca meu exposto coração. Sabia também que a maioria dessas pessoas nem fazia por mal, sei lá, as pessoas não são simplesmente más, a verdade é que elas também estavam feridas, ou só não sabiam lidar com esse tipo de sentimento. E a conexão instantânea  e mágica com almas amigas sempre fizeram tudo isso valer a pena o tempo todo.

   Apesar da primavera a tempos de chegar, nem tudo são flores. O coração foi levando cada porrada, e a capacidade de regeneração foi diminuindo. E eu, apressado como sou, muitas vezes expus meu órgão bombeador sem as feridas terem cicatrizado, e recentemente ele estava aberto e ainda sangrando. Eu sei que isso não forma uma imagem particularmente bonita, mas é a ilustração que materializa esse texto. Dai que tomei a decisão mais fácil, que aparentemente qualquer um já teria tomado a muito tempo, e achei razoável fincar o pé em não me apaixonar mais por um tempinho, e deixar o coração aberto apenas para aqueles que já sabiam entrar sem bater. Batata!! Tomada a decisão de não me apaixonar, levaram apenas trinta minutos do tempo/espaço para eu encontrá-la e falhar. Papo doce, jeito honesto e vontades passadas; esqueci da minha decisão, e para os psicólogos de plantão que acham que o subconsciente está associado a alguma região do cérebro, saibam que foi meu coração que decidiu por mim no piloto automático que eu estava novamente afim de alguém.

   Foi legal, mas a natureza desse texto já revela que as coisas não andaram como planejado (e quando andam não é mesmo?!). Nós simplesmente não afinamos, a sintonia dos beijos não perdurou. Mas sei la também, as vezes eu to pensando que A mais B é igual a C, e para ela A pode ou não depender de B para resultar um C, que alias pode ser influenciado pela lua e outros ciclos ocultos. Não sei como tudo vai desenrolar, mas agora estou em fase de reabilitação dessa droga poética que é a paixão. Aprendi a lição, e dessa vez não vou prometer nada. Só deixar o tempo agir. E ser o melhor de mim.

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