domingo, 24 de outubro de 2010



Mata Atlântica



  Do Rio Grande do Sul até o Piauí, diferentes formas de relevo, paisagens, características climáticas diversas e a multiplicidade cultural da população configuram essa imensa faixa territorial do Brasil. No entanto, existe um aspecto comum que dá unidade a toda essa região: o bioma mais rico em biodiversidade do planeta, a Mata Atlântica. Ao todo, são 1.300.000 km², ou cerca de 15% do território nacional, englobando 17 estados brasileiros, atingindo até o Paraguai e a Argentina. Somado à magnitude destes números, um outro dado modifica a percepção sobre a imensidão desse bioma: cerca de 93% de sua formação original já foi devastado.

  Classificada como um conjunto de fisionomias e formações florestais, a Mata Atlântica se distribui em faixas litorâneas, florestas de baixada, matas interioranas e campos de altitude. São nessas regiões que vive também 62% da população brasileira, cerca de 110 milhões de pessoas. Um contingente populacional enorme que depende da conservação dos remanescentes de Mata Atlântica para a garantia do abastecimento de água, a regulação do clima, a fertilidade do solo, entre outros serviços ambientais. Obviamente, a maior ameaça ao já precário equilíbrio da biodiversidade é justamente a ação humana e a pressão da sua ocupação e os impactos de suas atividades.



  Pela extensão que ocupa do território brasileiro, a Mata Atlântica apresenta um conjunto de ecossistemas com processos ecológicos interligados. As formações do bioma são as florestas Ombrófila Densa, Ombrófila Mista (mata de araucárias), Estacional Semidecidual e Estacional Decidual e os ecossistemas associados como manguezais, restingas, brejos interioranos, campos de altitude e ilhas costeiras e oceânicas. Um exemplo da relação entre os ecossistemas é a conexão entre a restinga e a floresta, caracterizada pelo trânsito de animais, o fluxo de genes da fauna e flora, e as áreas onde os ambientes se encontram e vão gradativamente se transformando - a chamada transição ecológica.

  Vale destacar ainda a existência de sete das nove maiores bacias hidrográficas brasileiras neste bioma. Sendo assim, proteger a Mata Atlântica também é proteger os processos hidrológicos responsáveis pela quantidade e qualidade da água potável para cerca de 3,4 mil municípios, e para os mais diversos setores da economia nacional como a agricultura, a pesca, a indústria, o turismo e a geração de energia.

  Os rios e lagos da Mata Atlântica abrigam ainda ricos ecossistemas aquáticos, grande parte deles ameaçados pelo desmatamento das matas ciliares e conseqüente assoreamento dos mananciais, pela poluição da água, e pela construção de represas sem os devidos cuidados ambientais. Essa intrincada rede de bacias é formada por rios de importância nacional e regional, do São Francisco e Paraná, ao Tietê, Paraíba do Sul, Doce e Ribeira do Iguape.

http://www.sosmatatlantica.org.br/index.php?section=info&action=mata


Bicho do mato

Hoje sou bicho do mato
Independente de qualquer outra coisa;
Independente de ser biólogo, zoólogo, botânico, ecólogo ou geneticista...
Independente de ser economista, doutor, gringo, pé rapado e homem ou mulher...
Agora sei, que sou bicho do mato.

Sei que sou só um menino no mato
Um meninão da cidade;
Desses que acha a humanidade intrigante, sistematicamente intrigante...
E que sabe viver ao lado dessa humanidade, mesmo quando preferia estar na floresta...
...Apanhando para ser de fato, um bicho do mato.

E de repente o menino vira homem
Civilizado, contudo, é bicho do mato
Desses que acha a humanidade caótica, sistematicamente caótica...
E que nem sabe muito bem viver ao lado dessa humanidade, preferindo ficar na floresta...
...Caminhando como um bicho do mato.

Sou então aquilo que vislumbrei
Sou bicho grilo
Bicho planta
Bicho vida
Bicho homem
Sou de fato, bicho do mato.

28/09/2010 – Liberdade.

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