quarta-feira, 9 de março de 2011

Palavras ou Exaustão

Sou um trabalhador manual
Poeta...
Porteiro das palavras.
Em geral, deixo passar as que conheço,
mas de vez em outra, arrisco-me
com as desconhecidas.

As dueladoras de verbos estranhos
E eu que não sou um verbo,
mas uma ação, um fato, um ato,
um simples ator delas, e quiçá,
raramente, um autor.
E não é por ser da classe operária
que quero benefícios ou décimos terceiros.

Vai muito além da superfície,
muita além do além.

É no inexplicável, no intangível, no inteligível, no incompreendido.
Não por ser a máxima conceitual dos filósofos, mas porque 
beira o desespero.

O desespero de nada querer.
O desespero de nada poder.

Nem sentir, nem pensar, mas agir.
Ação instintiva de um impulso incontrolável
desta que me toma, que me suga,
que me anula e me dilacera.

Paiva – Iog hermano – 28/10/2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário