Palavras ou Exaustão
Sou um trabalhador manual
Poeta...
Porteiro das palavras.
Em geral, deixo passar as que conheço,
mas de vez em outra, arrisco-me
com as desconhecidas.
As dueladoras de verbos estranhos
E eu que não sou um verbo,
mas uma ação, um fato, um ato,
um simples ator delas, e quiçá,
raramente, um autor.
E não é por ser da classe operária
que quero benefícios ou décimos terceiros.
Vai muito além da superfície,
muita além do além.
É no inexplicável, no intangível, no inteligível, no incompreendido.
Não por ser a máxima conceitual dos filósofos, mas porque
beira o desespero.
O desespero de nada querer.
O desespero de nada poder.
Nem sentir, nem pensar, mas agir.
Ação instintiva de um impulso incontrolável
desta que me toma, que me suga,
que me anula e me dilacera.
Paiva – Iog hermano – 28/10/2010.
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